"A Fazenda 12" não poderia ter outra campeã. Favorita desde o início, graças aos memes que originou e ao discurso sempre direto e reto, Jojo Todynho acaba por refletir, com sua vitória, uma forte tendência dos reality shows brasileiros em 2020. A funkeira é mais uma campeã que coloca a negritude em posição de protagonismo.
Somados a Jojo, já são cinco os vencedores negros de realities neste ano. A onda começou com Marina Gregory, que ganhou o prêmio principal do "The Circle Brasil", produzido pela Netflix, em março. Em abril, foi a vez de Thelminha Assis levar para casa a bolada de R$ 1,5 milhão do "BBB 20" e reparar o erro da temporada anterior, que teve uma vencedora equivocada - para dizer o mínimo. Em outubro, Kauê Penna saiu vencedor do "The Voice Kids". Nesta mesma noite de quinta-feira (17), Victor Alves também levou o troféu do "The Voice Brasil".
O que estes primeiros lugares no pódium mostram é que a diversidade tem ganhado cada vez mais espaço em programas de gênero. Os elencos têm encontrado maneiras de refletir o país miscigenado em que vivemos e fugir de padrões antigos e engessados. Sem corpo sarado, mas repleta de carisma, Jojo roubou a cena desde o primeiro momento. Nas brigas que comprou, mostrou maturidade. Nas festas, garantiu ótimas risadas. Teve um senso de justiça inegável. Além de tudo, era o retrato do Brasil. Mesmo famosa, afirmou que chegou a mandar currículo para um patrocinador pedindo emprego antes de explodir na música.
O prêmio de Jojo era mais do que esperado: é merecido. E reflete que o Brasil parece pronto para deixar para trás hábitos antigos e se propor a novos olhares. A vitória de Jojo é também uma vitória da representatividade da negritude na televisão nacional. 2020 é um ano que vai entrar para a história nesse sentido.
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